Deni Zolin

Com petróleo a 123 dólares, Bolsonaro estuda medida para frear alta da gasolina e do diesel

O barril do petróleo, que chegou a ser vendido nesta segunda-feira a 139 dólares, numa disparada recorde, recuou e acabou o dia cotado a 123 dólares, com alta de 5,5% - em 1º de janeiro, estava a 83 dólares. Isso tudo é reflexo da crise internacional provocada pela guerra na Ucrânia e o temor de que haverá embargo ao petróleo da Rússia, o que poderia provocar uma alta a inimagináveis 185 dólares pelo barril. Essa pressão gigante das cotações bate direto na Petrobras e outras donas de refinarias no Brasil, o que fez o presidente Jair Bolsonaro convocar nesta segunda-feira uma reunião de emergência com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Até o fechamento desta reportagem, não havia sido divulgado o resultado do encontro, mas a expectativa era por uma intervenção do governo na política de preços da Petrobras. Informações extraoficiais são de que o ministro Paulo Guedes seria contra intervir nos preços dos combustíveis da estatal.

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Estima-se que, se continuar sendo seguida a chamada paridade entre o preço da gasolina e do diesel com as cotações internacionais, o litro poderia subir entre R$ 1 e R$ 1,50 para o consumidor, o que seria péssimo para a população, a inflação e a popularidade do governo. Para evitar isso, rola nos bastidores a suposição de que Bolsonaro iria aproveitar a crise atual para justificar o que já queria ter feito: interferir na política de preços da Petrobras e acabar com a paridade, que está em vigor desde o governo Temer. Só esse temor já fez as ações da Petrobras despencarem 7% nesta segunda-feira, pois os investidores, donos da companhia, temem que ela reduza as margens de lucro para bancar prejuízos de vender a gasolina e o diesel com preços subsidiados, mais baixos. A ideia seria usar um fundo de compensação para frear o aumento de preços por alguns meses, o que faz sentido numa situação grave de conflito global. O problema é se a política seguir a longo prazo, com a Petrobras bancando os combustíveis mais baratos para sempre, pois isso pode causar impactos a longo prazo na saúde da companhia.

Segundo o diretor comercial da Distribuidora Santa Lúcia, Claudio Tavares, a refinaria da Bahia, que foi vendida pela Petrobras para um grupo privado, já aumentou o litro do diesel em R$ 1,15, o que indica o que pode ocorrer em todo o país se Bolsonaro não intervir na política de preços da Petrobras.

Nesta segunda-feira, em Santa Maria, segundo o aplicativo Menor Preço, a gasolina comum variava de 5,99 a R$ 7,00. 

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